O presidente do Detran Alagoas, Antônio Carlos Gouveia, conhecido como Cacá Gouveia, expressou críticas nesta terça-feira (5), em uma entrevista à Rádio Gazeta, sobre a instalação excessiva de radares nas vias da capital alagoana. Ele argumenta que a fiscalização eletrônica em Maceió parece visar principalmente à arrecadação financeira, enfatizando a importância de fundamentar a colocação desses equipamentos em estatísticas de acidentes.
“Alguns dizem que sou contra os radares, mas não é isso. Acredito que os radares devem ser instalados onde há evidência estatística de acidentes. Encher a Pajuçara de radares para quê? Acontecem acidentes ali a todo momento? Isso é para multar, para arrecadar dinheiro? Claro que é! É necessário observar as estatísticas”, afirmou o presidente do órgão estadual de trânsito.
Cacá Gouveia destacou que medidas aparentemente simples podem alterar a realidade do tráfego nas ruas e avenidas, diminuindo os incidentes na capital. Um exemplo citado por ele foi a redução de acidentes no cruzamento do ‘Borrachão’ na Fernandes Lima. Aumentar em 10 segundos o tempo de abertura do sinal, segundo ele, resultou em uma significativa redução nas ocorrências.
“O que são dez segundos? Nada. Mas esse pequeno ajuste no cruzamento da Fernandes Lima fez diferença”, enfatizou Cacá Gouveia, ressaltando que o Detran não pode interferir na autonomia da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT).
Além dos radares já em operação na capital alagoana, outros treze equipamentos estão sendo instalados e passarão a fiscalizar o trânsito em diversos pontos de Maceió a partir do dia 30 de setembro. A instalação desses novos equipamentos tem sido alvo de críticas, mas a SMTT argumenta que a redução no número de acidentes nos locais sob fiscalização eletrônica é um dos motivos para a utilização dos radares. Dados divulgados pelo órgão municipal de trânsito no último mês de agosto indicavam uma redução de 53% no número de sinistros na capital em relação ao primeiro semestre de 2016.