Um estudo publicado na revista Scientific Reports revelou a primeira evidência de infecção natural pelo vírus da zika em um macaco-prego (Sapajus sp.) no Brasil. A descoberta sugere que a doença pode ter um ciclo silvestre no país, assim como a febre amarela e a dengue.
O macaco foi encontrado morto em uma área de mata na cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, em 2016. Os pesquisadores coletaram amostras de tecidos do animal e realizaram testes moleculares que confirmaram a presença do vírus da zika.
Segundo os autores, o achado tem implicações importantes para a saúde pública, pois indica que o vírus da zika pode circular entre primatas não humanos e mosquitos silvestres, além dos humanos e dos mosquitos urbanos. Isso significa que o vírus pode se manter em circulação mesmo quando os casos em humanos diminuem ou desaparecem.
Além disso, a infecção em macacos pode servir como um alerta para a ocorrência de surtos em humanos, assim como ocorre com a febre amarela. Os pesquisadores ressaltam que é preciso monitorar a situação dos primatas não humanos e dos vetores silvestres para prevenir e controlar possíveis epidemias de zika no futuro.